23ª Sessão da Câmara de Três Cachoeiras é marcada pela renúncia do secretário da Mesa Diretora

Vereador Lucas Abel deixou o cargo alegando divergências com a condução da presidência; presidente Gilcinara reagiu emocionada e defendeu transparência e responsabilidade na gestão da Casa

23ª Sessão da Câmara de Três Cachoeiras é marcada pela renúncia do secretário da Mesa Diretora
23ª Sessão da Câmara de Três Cachoeiras é marcada pela renúncia do secretário da Mesa Diretora (Foto: Reprodução)

A 23ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Três Cachoeiras, realizada na segunda-feira (07/07), foi marcada por um episódio de grande repercussão: a renúncia do vereador Lucas Abel (PP) ao cargo de secretário da Mesa Diretora. O parlamentar havia assumido a função em 24 de março deste ano, após a renúncia da vereadora Rosane Godinho (MDB), que deixou o posto em 17 de março.


Durante pouco mais de três meses, Lucas exerceu as funções de leitura de documentos e projetos nas sessões legislativas. Sua saída foi formalizada por meio de um memorando encaminhado à presidência da Câmara. Para o vereador não havia necessidade de leitura do documento em plenário. A presidente Gilcinara Pereira (PP) determinou a leitura do texto e o registro em ata, justificando que apenas cumpriu o desejo formal do parlamentar de que os motivos constassem nos registros oficiais.


No documento, Lucas Abel justificou sua renúncia com o seguinte texto:


“Venho, por meio deste, apresentar minha renúncia ao cargo de Secretário da Mesa Diretora desta Câmara Municipal, o qual exerço no ano de 2025. Minha decisão é fruto de uma reflexão consciente sobre o papel que desempenho na condução institucional da Casa enquanto Mesa Diretora. Entendo que há diferenças relevantes entre minha visão de atuação legislativa e a forma como a atual presidência tem conduzido os trabalhos da Mesa Diretora. Por uma questão de coerência com meus princípios e com o mandato que exerço, pautado sempre no respeito aos meus colegas vereadores, considero que permanecer na Mesa implicaria concordância com posturas das quais discordo, e não me parece justo, nem com meus colegas, nem com a população que represento, compactuar com esse cenário.”


Apesar do conteúdo direto do memorando, ao fazer uso da tribuna nas explicações pessoais, o vereador limitou-se a dizer que sua saída se deu “por motivos pessoais”, sem detalhar quais seriam as posturas ou cenários que motivaram sua decisão. 

Antes do encerramento da sessão, a presidente Gilcinara Pereira fez um pronunciamento emocionado sobre o episódio, demonstrando surpresa e mágoa com a decisão do colega de partido:


“Sobre a discordância ou renúncia, sem problema algum, mas que podia conversar. Meu trabalho é em cima da transparência, baseado no regimento. Não vou agradar a todos. O dinheiro dessa Casa é público e tem de ser administrado com muita responsabilidade. Tens o direito de não concordar. Quando foste presidente, administrou da sua forma. Por isso, exijo mais respeito pela forma que estou sendo tratada. Tento administrar para todos, pois é pública. Não sei se é porque sou mulher. Trabalho como sempre trabalhei, com muita transparência.”

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