Piloto relata perda total de controle antes de tragédia com balão em SC: "As pessoas pularam para tentar sobreviver"

Elves de Bem Crescêncio afirmou à Polícia Civil que tentou conter o incêndio com os pés e com um extintor antes de orientar os passageiros a saltarem. Acidente em Praia Grande deixou oito mortos e 13 sobreviventes.

O piloto Elves de Bem Crescêncio, responsável pelo balão que caiu em Praia Grande (SC), prestou depoimento à Polícia Civil e descreveu os momentos de desespero antes da tragédia que deixou oito mortos e 13 sobreviventes. Segundo ele, o incêndio começou de forma repentina no piso do cesto e rapidamente atingiu o cilindro de gás, tornando o controle da aeronave impossível.

Crescêncio relatou que, no primeiro momento, tentou apagar as chamas com os próprios pés e, depois, com o extintor de incêndio disponível a bordo. O equipamento, porém, falhou no momento crítico. Sem conseguir controlar o fogo, o piloto orientou os passageiros a se abaixarem e aguardarem o toque no solo para então saltarem e tentar escapar.

Parte dos ocupantes conseguiu pular durante a tentativa de pouso forçado. No entanto, com a redução de peso, o balão subiu novamente, levando consigo as pessoas que ainda permaneciam na cesta. Poucos segundos depois, a estrutura caiu em chamas.

A versão apresentada por Crescêncio difere de relatos de sobreviventes. Fernando Veronesi, um dos passageiros, afirmou que a orientação foi apenas para que todos se abaixassem, o que, segundo ele, pode ter sido determinante para o desfecho trágico.

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, confirmou que a investigação está em andamento e que a principal linha de apuração é identificar se houve falha técnica, erro humano ou negligência. "A Polícia Civil cumprirá a investigação dos fatos e verificará se emergem práticas criminosas e, por consequência, possíveis indiciamentos", declarou.

Licenciado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o piloto afirmou que o voo iniciou com condições climáticas ideais e que não havia qualquer sinal de anormalidade antes do incêndio. Segundo ele, o acidente se desenvolveu de forma rápida e devastadora, durando cerca de quatro minutos.

A ANAC também está conduzindo uma análise sobre as condições de segurança e manutenção da aeronave. A empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar, reforçou que segue todas as normas de segurança e que está prestando apoio às famílias das vítimas.

*Informações são do Jornal Razão

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