Debate sobre destinação de emenda de R$ 30 mil gera clima tenso na Câmara de Três Cachoeiras
Discussão iniciada há mais de 20 dias voltou com força na última sessão, envolvendo críticas, defesas e constrangimento para a prefeita Fabiana Leffa

O que começou como um anúncio de investimento para a comunidade do Rio do Terra acabou gerando um dos debates mais tensos dos últimos meses na Câmara de Vereadores de Três Cachoeiras. A destinação de uma emenda parlamentar de R$ 30 mil, parte de um total de R$ 250 mil conquistados pelo grupo do MDB, segue sendo tema de discursos acalorados há mais de 20 dias na tribuna.
O foco da polêmica é o recurso anunciado pelo vereador suplente Dionatan Sparremberger (MDB), que ocupa cadeira no Legislativo por apenas 30 dias. No final de maio, Dionatan informou que a verba seria utilizada para uma barragem na sua própria comunidade, o Rio do Terra. O anúncio, porém, foi imediatamente esfriado pelo líder de governo, vereador Marcelo Paulart (PP), que declarou que o Executivo já tinha recursos suficientes para a obra. A oposição reagiu, alegando que o anúncio havia sido previamente alinhado com a prefeita Fabiana Leffa (PP).
Após alguns dias de trégua, o tema voltou com força à pauta na sessão desta segunda-feira (16). O vereador Marcelo Paulart retomou o assunto, afirmando que o valor era “muito pequeno” para tanta repercussão. Ele chegou a aconselhar a prefeita a utilizar logo a emenda para encerrar a discussão, mas acabou revelando um episódio constrangedor: segundo Paulart, houve um desentendimento entre a prefeita e a ex-vereadora Elisângela Vicentainer (MDB), que estava presente na sessão realizada há cerca de 20 dias.
O vereador Antônio Oliveira (PP) também minimizou a importância da verba, referindo-se à emenda como uma "emendazinha" e afirmando que a discussão era desnecessária. Ele lembrou que já havia solicitado melhorias no local desde o primeiro mandato do ex-prefeito Flávio Ratinho e que, por ele, a obra já teria sido feita há muito tempo. “Se a prefeita quiser utilizar a emenda do Dionatan, por mim tudo bem. Tenho outros recursos para outros locais”, afirmou.
A fala de Antônio provocou reação imediata de Gian Matos (MDB), que classificou como desrespeitosa a forma como a emenda foi tratada. Gian ressaltou que os R$ 30 mil são parte de um pacote maior, de R$ 250 mil, e que a questão não é o valor, mas sim a execução da obra, que até agora não aconteceu. “Se não for para a galeria, que seja para hora-máquina, mas que seja aplicado. Amanhã mesmo teremos uma reunião com a prefeita para definir o destino”, garantiu Gian.
O vereador Lucas Abel (PP) também entrou no debate. Ele defendeu a importância de executar as emendas conquistadas para que os vereadores possam apresentar resultados concretos à comunidade. Além disso, Lucas respondeu às críticas que circulam nas redes sociais de que o Progressistas ainda não teria encaminhado recursos ao município este ano. Segundo ele, somente em 2025 o grupo já garantiu R$ 3,5 milhões em emendas, listando a origem e os valores de cada uma.
A tensão entre os parlamentares gerou um clima de constrangimento até mesmo para a prefeita Fabiana Leffa, que viu sua gestão ser colocada no centro da discussão. O episódio evidencia a disputa por protagonismo nas conquistas de recursos e a sensibilidade política que envolve a destinação de verbas parlamentares.
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