Gregory e Jaeger ficam de fora do Municipal 2025: dois talentos barrados por vínculo
Gregory é vetado pelo segundo ano consecutivo e Jaeger, destaque do último campeonato, também é impedido de atuar; ambos desejavam jogar pelo Bela Vista, mas foram retidos pelo Rio do Terra

Duas ausências notáveis marcam a edição 2025 do Campeonato Municipal de Futebol de Campo de Três Cachoeiras. Gregory Tomé e Gabriel Jaeger, dois atletas com histórico promissor no futebol local, estão oficialmente fora da competição, cada um por razões ligadas ao vínculo com clubes que optaram por não liberá-los.
Pelo segundo ano seguido, Gregory terá que assistir aos jogos do lado de fora. Em 2024, foi vetado pelo Centro, clube ao qual estava vinculado. Agora em 2025, a nova diretoria do Rio do Terra, equipe de seu atual vínculo, também decidiu não liberá-lo para atuar pelo Bela Vista, time que ele desejava defender. Com características ofensivas marcantes — dribles técnicos, arrancadas rápidas e grande presença no ataque — Gregory é conhecido pelo diferencial em campo. Sua última atuação foi em 2023 pelo Lageadinho, quando terminou como vice-artilheiro da competição.
Já o caso de Gabriel Jaeger, de apenas 19 anos, causa ainda mais lamento na comunidade esportiva. Revelado pelo próprio Rio do Terra em 2023, Jaeger teve desempenho tímido no primeiro ano, marcando apenas um gol. Mas em 2024, com confiança e sequência no Bela Vista, explodiu: marcou 10 gols e foi o artilheiro da competição, superando inclusive o número de gols do artilheiro anterior, Taxa, que havia feito 8. O jovem atacante brilhou ao ser titular em todas as partidas, sendo peça-chave na conquista do título.
Contudo, mesmo com histórico recente de sucesso, o Rio do Terra optou por não cedê-lo. Ao contrário de 2024, quando o clube o liberou, neste ano a escolha foi diferente: ou jogaria pelo clube de origem, ou ficaria de fora. Diante da repercussão negativa nas redes sociais e críticas à sua postura, Jaeger também perdeu o ânimo até de integrar a comissão técnica, segundo relatos próximos.
A situação levanta um debate cada vez mais recorrente: o modelo de vinculação por bairro. O regulamento garante soberania aos clubes sobre seus atletas, e decisões como essas, embora legais, impedem que talentos locais estejam em campo. Enquanto Gregory enfrenta críticas por tentar jogar sempre nos times campeões — o que muitos veem com desconfiança —, o caso de Jaeger parece mais sensível: um jovem formado no próprio clube, que cumpriu a primeira etapa da formação e agora buscava continuidade no ambiente onde encontrou seu estilo de jogo e reconhecimento.
Em meio ao vai e vem que marcou a participação do Rio do Terra neste ano — inclusive com mudança de diretoria e prazos flexibilizados pelos demais clubes para permitir sua inscrição — a ausência de ambos gera um sentimento agridoce: o campeonato se manteve completo, com oito equipes, mas perdeu dois nomes que, por mérito e talento, poderiam ter elevado o nível técnico da competição.
Cada caso é um caso, como se costuma dizer, mas ambos ilustram a complexidade de um campeonato que mistura identidade de bairro, regras rígidas e paixões comunitárias. A polêmica não cessou — e dificilmente cessará.
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